terça-feira, 28 de julho de 2009

Molas, câmeras e um pássaro

Após a largada do GP do Brasil de 1989, Senna, Bergher e Patrese dividiram a curva sequente ao retão do Jacarepaguá. Como resultado da manobra, um pedaço de carenagem atingiu o retrovisor direito da Williams de Thierry Boutsen, arrancando a peça.

No GP da Itália de 1995, em Monza, uma microcâmera se soltou do aerofólio traseiro da Ferrari de Jean Alesi (foto) e voou em direção ao seu companheiro de equipe, o austríaco Gerhard Berger. Felizmente, a peça danificou apenas o spoiler e a roda dianteira da Ferrari, sem causar ferimentos em Bergher.

“Foi assustador. Eu ia a uns 300km/h e vi aquela coisa vir contra mim. Àquela velocidade eu nem podia desviar. Fechei os olhos e esperei que não batesse no meu capacete, porque senão eu estaria morto”.

Outro acidente, de características parecidas – e pouco lembrado --, aconteceu durante o Grande Prêmio da Bélgica de 1960, realizado na antiga Spa-Francorchamps. Inclusive, essa corrida pode ser apontada como uma das mais trágicas da história da Fórmula-1.

Alan Stacey em Goodwood, em 1959

Logo nos treinos, o inglês Stirling Moss quase morreu quando eixo traseiro de sua Lotus -- inscrita pela equipe de Rob Walker -- quebrou. Seu compatriota, Mark Taylor, escapou por pouco de um grave acidente, depois que a barra de direção de seu Lotus particular quebrou em uma das curvas do circuito. Outro inglês, Chris Bristow, perdeu o controle de seu Cooper na Burneville, batendo contra um barranco. Morreu instantaneamente.

Alan Stacey com um Lotus oficial durante o GP da Holanda, em 1960

Algumas voltas depois, Alan Stacey, do time oficial da Lotus, é atingido em cheio na cabeça por um pássaro. Assim como Massa, o piloto perde os sentidos e segue acelerando em direção a um barranco à margem da pista. Infelizmente, quando o inglês foi retirado do carro, já estava morto.

Curiosos observam o carro, que pegou fogo após o acidente

Uma grande perda para o automobilismo, considerando-se a trajetória de lutas e conquistas de Stacey. Após sofrer um grave acidente de motocicleta, aos 17 anos, perdeu a parte inferior de sua perna direita. Passou a utilizar prótese e, apesar das dificuldades, começou a disputar corridas, em 1955, na Inglaterra. Chegou à F1 em 1958 e disputou um total de sete corridas.

Os relatos dos dois primeiros acidentes desse post (Jacarepaguá, 1989, e Monza, 1995) e o depoimento do Bergher foram retirados do Blog do Capelli -- que também falou sobre o assunto.

10 comentários:

Marcos Antonio disse...

sem contar a pedra que acertou Helmut Marko em 72. Esseas acidentes são raros, mas de tempos em tempos acontecem...

Felipão disse...

Isso mesmo Marcão!!! Aliás, convido a todos a lerem o post sobre o Marko, escrito ha alguns dias...

Marcelonso disse...

Felipão,

Chegou o momento da F1 repensar a segurança,esperamos que algo seja feito.

A propósito esse do Senna em Jacarepagua eu estava lá,foi uma corrida frustante pelo acidente,mas por outro lado Senna deu um banho de pilotagem e profissionalismo.

grande abraço

Daniel Médici disse...

Ótima recordação do GP da Bélgica de 60! Um dos dois mortos, ao menos, era muito amigo de Jim Clark, que sempre odiou a pista por isso - o que não o impediu de ser o melhor piloto por lá enquanto correu.

Unknown disse...

será que é a hora de ter cockpits fechados, como sugere savio machado?

felipe está melhorando, mais não vai ser a última desgraça desta índole

Anônimo disse...

A campanha do cockpit fechado poderia ganhar força agora, se bem q isso vai dar um rebú dakeles.

Ron Groo disse...

Infelizmente é assim mesmo.
Sabemos, e os pilotos mais ainda. que o automobilismo de competição é perigoso.

É isto que nos fascina.
SE fosse fácil ou não contivesse riscos qualquer um, até eu, faria.

São fatalidades. Conjunção de fatores extremos que nos entristesse, claro. Mas acontecem.

De Gennaro Motors disse...

fala Felipão ! blz !

Este f1 da foto, está no museu da Ferrarim onde meu irmão foi.

abraço! Fernando

GP Oficina Mecânica disse...

Concordo com o Groo...
Se fosse fácil qualquer um seria piloto...

Caramba passou bem perto do piloto no vídeo heim...

Carlos Eduardo Szépkúthy

Anônimo disse...

Cara, eu precisei ver e rever o vídeo do GP do Brasil várias vezes pra enxergar o retrovisor quebrado... tô ruim de percepção... hahaha

O fato é que, enquanto a gente achava que o Massa tinha dado azar, na verdade ele deu é sorte... mas foi assustador.