Infelizmente, a história prova que as montadoras não dão a mínima para a Fórmula-1. Sem qualquer comprometimento com o esporte, utilizam o meio apenas para exposição e promoção momentânea. Ainda assim, a decisão da BMW conseguiu surpreendender não só os 700 empregados da equipe na Alemanha e na Suíça, como também milhões de fãs do automobilismo. Apesar de ter atingido seus objetivos nos três primeiros anos, a equipe continua distante de um título. Em 2009, foram apenas oito pontos conquistados.
"Robert Kubica, em Melbourne, no início desta temporada: ano muito complicado para a equipe"
Talvez, essa situação seja reflexo da péssima decisão tomada na temporada passada, quando os alemães decidiram abdicar do campeonato para desenvolver o bólido desse ano. Uma atitude estranha, tendo em vista que Robert Kubica era candidato ao título.
"O prata da casa, Nick Heidfeld, durante o GP de Cingapura de 2008 "
Foram os primeiros a desenvolver o KERS e, mesmo diante do fracasso, bateram o pé pela manutenção do equipamento no regulamento do próximo ano, sem levar em conta os altos custos do programa. Nos últimos meses, somente no desenvolvimento do novo túnel de vento, foram investidos 70 milhões de francos suíços.
"Robert Kubica durante o GP do Brasil de 2007"
Por isso, diante de tantos investimentos infrutíferos e decisões equivocadas, a atitude de muitos dos integrantes da FOTA é vista com desconfiança. Como as montadoras poderiam, tendo em vista a crise econômica, defender os custos atuais em meio a uma verdadeira debandada do esporte? Ainda mais que o anúncio da retirada coincide com o momento da assinatura de um documento –- o Concorde Agreement -– pelo qual ela se comprometeria a permanecer na F1 no mínimo até 2012.
"Em 2005, quando ainda vigorava o contrato com a Williams, a BMW acertou com a Sauber. Aqui, Villeneuve, que continuou na nova estrutura, em Suzuka"
Agora, os mesmos que foram contra os interesses de uma categoria "enxuta", afirmam que irão batalhar pela permanência da Sauber na categoria, de maneira independente. Resta saber o que será da sede de Hinwill, construída para atender as expectativas de uma equipe de ponta. O suíço Peter Sauber havia vendido o complexo como forma de proteção aos empregos de seus antigos funcionários. Atualmente, ele é consultor e ainda detém uma participação de 20% na escuderia.
"O polonês Robert Kubica em Monza, 2006"
Como sempre, as desculpas dos dirigentes são superficiais. No anúncio de hoje, alegaram que as expectativas para 2009 não foram alcançadas e que a decisão foi tomada ontem, após uma reunião. Optaram por “um papel exemplar na área ambiental”, cujo conceito não oferece espaço para a Fórmula-1.
"O primeiro ano do retorno da BMW à F1: Button, em Interlagos, de Williams"
A atual passagem da empresa bávara pela F1 começou em 2000, depois de acertar uma parceria técnica com a Williams. Com o tempo, Frank Williams mostrou que não aceitaria a influência e as imposições da montadora. Além disso, não venderia a equipe. Engoliu Ralf Schumacher. E só.
"Kubica, em Mônaco, 2008"
Assim, a BMW resolveu mudar de mala e cuia para a Suíça, depois de adquirir a Sauber, em meados de 2005. Como fornecedora de motores do time britânico, foram 10 vitórias, 3 dobradinhas, 16 poles, 45 pódios, 17 melhores voltas e 2 vice-campeonatos de construtores.
Como equipe oficial da fábrica, a BMW-Sauber conquistou apenas 1 vitória, uma pole, 16 pódios, 2 melhores voltas, uma dobradinha e um vice-campeonato de construtores -- obtido com a desclassificação da McLaren em 2007.
"Robert Kubica, em Melbourne, no início desta temporada: ano muito complicado para a equipe"
Talvez, essa situação seja reflexo da péssima decisão tomada na temporada passada, quando os alemães decidiram abdicar do campeonato para desenvolver o bólido desse ano. Uma atitude estranha, tendo em vista que Robert Kubica era candidato ao título.
"O prata da casa, Nick Heidfeld, durante o GP de Cingapura de 2008 "
Foram os primeiros a desenvolver o KERS e, mesmo diante do fracasso, bateram o pé pela manutenção do equipamento no regulamento do próximo ano, sem levar em conta os altos custos do programa. Nos últimos meses, somente no desenvolvimento do novo túnel de vento, foram investidos 70 milhões de francos suíços.
"Robert Kubica durante o GP do Brasil de 2007"
Por isso, diante de tantos investimentos infrutíferos e decisões equivocadas, a atitude de muitos dos integrantes da FOTA é vista com desconfiança. Como as montadoras poderiam, tendo em vista a crise econômica, defender os custos atuais em meio a uma verdadeira debandada do esporte? Ainda mais que o anúncio da retirada coincide com o momento da assinatura de um documento –- o Concorde Agreement -– pelo qual ela se comprometeria a permanecer na F1 no mínimo até 2012.
"Em 2005, quando ainda vigorava o contrato com a Williams, a BMW acertou com a Sauber. Aqui, Villeneuve, que continuou na nova estrutura, em Suzuka"
Agora, os mesmos que foram contra os interesses de uma categoria "enxuta", afirmam que irão batalhar pela permanência da Sauber na categoria, de maneira independente. Resta saber o que será da sede de Hinwill, construída para atender as expectativas de uma equipe de ponta. O suíço Peter Sauber havia vendido o complexo como forma de proteção aos empregos de seus antigos funcionários. Atualmente, ele é consultor e ainda detém uma participação de 20% na escuderia.
"O polonês Robert Kubica em Monza, 2006"
Como sempre, as desculpas dos dirigentes são superficiais. No anúncio de hoje, alegaram que as expectativas para 2009 não foram alcançadas e que a decisão foi tomada ontem, após uma reunião. Optaram por “um papel exemplar na área ambiental”, cujo conceito não oferece espaço para a Fórmula-1.
"O primeiro ano do retorno da BMW à F1: Button, em Interlagos, de Williams"
A atual passagem da empresa bávara pela F1 começou em 2000, depois de acertar uma parceria técnica com a Williams. Com o tempo, Frank Williams mostrou que não aceitaria a influência e as imposições da montadora. Além disso, não venderia a equipe. Engoliu Ralf Schumacher. E só.
"Kubica, em Mônaco, 2008"
Assim, a BMW resolveu mudar de mala e cuia para a Suíça, depois de adquirir a Sauber, em meados de 2005. Como fornecedora de motores do time britânico, foram 10 vitórias, 3 dobradinhas, 16 poles, 45 pódios, 17 melhores voltas e 2 vice-campeonatos de construtores.
Como equipe oficial da fábrica, a BMW-Sauber conquistou apenas 1 vitória, uma pole, 16 pódios, 2 melhores voltas, uma dobradinha e um vice-campeonato de construtores -- obtido com a desclassificação da McLaren em 2007.
9 comentários:
já vai tarce, pagou o castigo de ter tantado comprar a Williams. Ainda bem que a Williams não vendeu,senão eu ia estar sem tima pra torce rno final do ano...
Achei de uma covardia sem limites...
Essa foto de 2008 é feia demais, eita porco espinho...
Lamentável essa saída da BMW, uma equipe cheia de potencial, que revelou dois grandes nomes da atualidade. Mas fez uma lambança sem tamanho apostando nesse KERS, que levou outras equipes pro buraco junto com ela.
Fez frente à FIA com relação ao teto, e agora bate em retirada, numa ato de covardia.
Poderia ter feito muito mais na categoria, uma pena, mas seu grande pecado foi mesmo inventar de abraçar o KERS e tomar belo um choque elétrico. Fazer o quê... bye.
realmente a estrategia de cortar o desenvolvimento do carro o ano pasado foi a maior besteira. era claro que 2009 ia ser uma bagunça, e se realmente queriam impresionar aos chefes na montadora, era hora de tirar pelo menos um segundo lugar...
sem contar com como isso afetou aos pilotos..
agora, não adianta falar de resultados se quando o povo dos boxes mostrou serviço, eles cortaram. é mais uma disculpa para a realidade. captar patrocinio para a carissima F1 já não é fácil.
o carro de 2008 parece um porco espinho mesmo. Bom, foi uma atitude covarde na minha opinião, sair dessa forma, pela sarjeta (nem pela porta dos fundos é)... Q coisa, de quem a gente menos esperava uma atitude dessas veio.
Muito feio mesmo...
E o futuro dessa F1 cada vez mais incerto...
Carlos Eduardo Szépkúthy
Não lamento o fim da BMW, não. Tenho uma ótica que me leva ao seguinte: a F-1 viveu um período de crise de identidade na década de 00, e aos poucos começa a retornar para a mão dos garagistas.
Peter Sauber deve manter a Sauber funcionando. Se isso não acontecer, algum novo proprietário manterá o espólio da equipe na ativa. Sem dúvida.
A partir de agora, da-lhe especulação até o fim do ano.
Não lamento o fim da BMW, não. Tenho uma ótica que me leva ao seguinte: a F-1 viveu um período de crise de identidade na década de 00, e aos poucos começa a retornar para a mão dos garagistas.
Peter Sauber deve manter a Sauber funcionando. Se isso não acontecer, algum novo proprietário manterá o espólio da equipe na ativa. Sem dúvida.
A partir de agora, da-lhe especulação até o fim do ano.
Com a BMW a abandonar e com a Williams sem motor pode ser que a BMW volte para a Williams.
Grande Abraço!
Kimi_Cris
Postar um comentário