Blogsport-Brasil, Abril de 1950
Antes da Segunda Guerra Mundial, a Alfa Romeo era uma grande empresa com apoio estatal, que produzia motores de aviões, veículos militares, armamentos e ótimos carros.
Por mais que Mussolini e toda a Itália gostassem de corridas de automóveis, a Alfa nunca poderia gastar tanto quanto os alemães em carros de corrida.
E ainda que o melhor piloto italiano, Tazio Nuvolari, fizesse milagres, a Alfa Romeo não venceu nenhum Grande Prêmio em que estivessem os Mercedes-Benz e os Auto-Union.
Foi por essa época que Enzo Ferrari – cuja escuderia era responsável pelas atividades de corridas da Alfa desde 1929 – observou que seria melhor procurar o sucesso na categoria voiturette (na época disputada principalmente pela ERA e pela Maserati) do que lutar em vão contra os alemães.
Assim, em 1937, a Alfa decidiu-se por essa solução, emprestando à escuderia Ferrari seu projetista Gioacchino Colombo, que desenvolveu um projeto com motor 1,5 litro de oito cilindros em linha, duplo comando de válvulas no cabeçote e compressor Roots.
Na primeira corrida com o 158, em Livorno, a Alfa manteve sua tradição de vencer logo na estréia de um carro novo, com Emilio Villoresi derrotando os Maserati.
A primeira corrida dos Alfetta em 1939 – o Grande Prêmio da Líbia – é um desastre. Prevendo uma temporada de Grandes Prêmios de Fórmula-1 para carros de 1,5 litros, a Mercedes decide que teria de fazer melhor que a Alfa Romeo também nesse campo.
Em menos de seis meses, com grandes esforços e despesas, produz dois excelentes motores pequenos, de 1,5 litro, V8, com compressor e uma espécie de carroceria que parecia uma miniatura do grande Mercedes de motor V12.
Sem alarde, a Mercedes inscreve o modelo na corrida de Trípoli e domina a prova, conquistando o primeiro e o segundo lugar.
A Alfa volta aos tropeções para a fábrica em Portello, onde corrige o superaquecimento que causara o fracasso em Trípoli e aperfeiçoam o sistema de lubrificação.
Surge, então, o modelo definitivo de carroceria do 158, com suspensão ajustada, uma cauda mais atraente e o escapamento duplo.
Em poucos meses, os Alfas 158 conquistam três vitórias – em Livorno, Pescara e Berna (quando Farina abala os alemães vencendo seus grandes carros com pista molhada em um evento misto).
A Alfa Romeo estava sedenta por uma oportunidade para se vingar da derrota em Trípoli, mas o míni Mercedes nunca mais voltaria a competir.
Com o fim da guerra, a escuderia resolve encarar um ano sabático por conta da falta de pneus adequados.
A equipe volta com carga total em julho de 1946, vencendo o Grande Prêmio das Nações, na Suíça, com Giuseppe Farina.
Em 1947, a Fórmula dos Grandes Prêmios (atual Fórmula-1) é reformulada pela FIA: os carros com compressor são limitados a 1500 cc, e aqueles sem compressor a 4500 cc.
As antigas voiturettes européias alcançam, enfim, o status de carros de Grande Prêmio.
Na temporada seguinte, Achile Varzi morre em Berna ao testar o 158/47, um modelo experimental que rendia 35cv a mais que os outros modelos da Alfa.
O carro só volta a ser utilizado no encerramento da temporada, quando vence o novo Ferrari de motor V12 de 1,5 litro em Milão e Monza.
No ano passado (1949), a escuderia italiana esteve fora das corridas, após perder duas de suas grandes estrelas: o Conde Trossi, por doença, e Jean-Pierre Wimille, num acidente.
Para a temporada de 1950, no entanto, a Alfa Romeo está de volta, com carros que rendem 350cv a 8600 rpm.
Para a primeira corrida, em Silverstone, a equipe já acertou a participação de Luigi Fagioli, Giuseppe Farina, Reg Parnell e a revelação Juan Manuel Fangio.
Antes da Segunda Guerra Mundial, a Alfa Romeo era uma grande empresa com apoio estatal, que produzia motores de aviões, veículos militares, armamentos e ótimos carros.
Por mais que Mussolini e toda a Itália gostassem de corridas de automóveis, a Alfa nunca poderia gastar tanto quanto os alemães em carros de corrida.
E ainda que o melhor piloto italiano, Tazio Nuvolari, fizesse milagres, a Alfa Romeo não venceu nenhum Grande Prêmio em que estivessem os Mercedes-Benz e os Auto-Union.
Foi por essa época que Enzo Ferrari – cuja escuderia era responsável pelas atividades de corridas da Alfa desde 1929 – observou que seria melhor procurar o sucesso na categoria voiturette (na época disputada principalmente pela ERA e pela Maserati) do que lutar em vão contra os alemães.
Assim, em 1937, a Alfa decidiu-se por essa solução, emprestando à escuderia Ferrari seu projetista Gioacchino Colombo, que desenvolveu um projeto com motor 1,5 litro de oito cilindros em linha, duplo comando de válvulas no cabeçote e compressor Roots.
Na primeira corrida com o 158, em Livorno, a Alfa manteve sua tradição de vencer logo na estréia de um carro novo, com Emilio Villoresi derrotando os Maserati.
A primeira corrida dos Alfetta em 1939 – o Grande Prêmio da Líbia – é um desastre. Prevendo uma temporada de Grandes Prêmios de Fórmula-1 para carros de 1,5 litros, a Mercedes decide que teria de fazer melhor que a Alfa Romeo também nesse campo.
Em menos de seis meses, com grandes esforços e despesas, produz dois excelentes motores pequenos, de 1,5 litro, V8, com compressor e uma espécie de carroceria que parecia uma miniatura do grande Mercedes de motor V12.
Sem alarde, a Mercedes inscreve o modelo na corrida de Trípoli e domina a prova, conquistando o primeiro e o segundo lugar.
A Alfa volta aos tropeções para a fábrica em Portello, onde corrige o superaquecimento que causara o fracasso em Trípoli e aperfeiçoam o sistema de lubrificação.
Surge, então, o modelo definitivo de carroceria do 158, com suspensão ajustada, uma cauda mais atraente e o escapamento duplo.
Em poucos meses, os Alfas 158 conquistam três vitórias – em Livorno, Pescara e Berna (quando Farina abala os alemães vencendo seus grandes carros com pista molhada em um evento misto).
A Alfa Romeo estava sedenta por uma oportunidade para se vingar da derrota em Trípoli, mas o míni Mercedes nunca mais voltaria a competir.
Com o fim da guerra, a escuderia resolve encarar um ano sabático por conta da falta de pneus adequados.
A equipe volta com carga total em julho de 1946, vencendo o Grande Prêmio das Nações, na Suíça, com Giuseppe Farina.
Em 1947, a Fórmula dos Grandes Prêmios (atual Fórmula-1) é reformulada pela FIA: os carros com compressor são limitados a 1500 cc, e aqueles sem compressor a 4500 cc.
As antigas voiturettes européias alcançam, enfim, o status de carros de Grande Prêmio.
Na temporada seguinte, Achile Varzi morre em Berna ao testar o 158/47, um modelo experimental que rendia 35cv a mais que os outros modelos da Alfa.
O carro só volta a ser utilizado no encerramento da temporada, quando vence o novo Ferrari de motor V12 de 1,5 litro em Milão e Monza.
No ano passado (1949), a escuderia italiana esteve fora das corridas, após perder duas de suas grandes estrelas: o Conde Trossi, por doença, e Jean-Pierre Wimille, num acidente.
Para a temporada de 1950, no entanto, a Alfa Romeo está de volta, com carros que rendem 350cv a 8600 rpm.
Para a primeira corrida, em Silverstone, a equipe já acertou a participação de Luigi Fagioli, Giuseppe Farina, Reg Parnell e a revelação Juan Manuel Fangio.
Fonte | O Carro, Editora Nova Cultural, 1985
10 comentários:
Podem me chamar de louco, mas eu apostaria minhas fichas nesse time italiano...haha.
Bem legal o formato, Felipe. Parabéns.
Olha, não gosto muito desse time italiano. Mas me disseram que esse tal de Fangio é bom piloto. Vamos esperar essa temporada (1950) começar pra ver quem se dará bem.
(Mandou bem no post, Felipão! A idéia é ótima)
Abraço!
É verdade!
Estou pressentindo que essa Alfa Romeo vai dominar essa temporada!
Mas, e essa tal Scuderia Ferrari que conhece bem os segredos da Alfa Romeo? Devem incomodar bastante, não?
um abraço,
Renato
(Muito bom esse post! Já espero pelos próximos posts dessa "empreitada")
A odéia é ótima.
Melhor ainda é levá-la adiante.
Mas não sei se vai valer a pena escrever sobre Alfas e Ferraris.
No mais, gostei da parte da "... cauda mais atraente ...".
Eu ADORO uma "cauda".
hahahahahah
hahahahahah
valeu pessoa...
Sei não, essa história de colocar um piloto sul-americano correr na Europa não parece muito boa.
Mas vamos esperar. Talvez com o tempo ele se adapte.
Eu apostaria mais no Giuseppe!
Felipão...
Está perfeito, como se estivesse cobrindo agora o campeonato.
Continua véi!
valeu pessoal...
vcs pegaram o espirito da coisa...
hahahahaha
Onde se lê: odéia
Leia-se: idéia
Pronto.
Este é o primeiro blog que tem comentário com errata.
Caramba, Felipão, a ideia não é ótima... é espetacular! Por mim, cobertura completa, com direito a errata e tudo (essa foi pro big... ahhahaha)
Beijos.
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