Masahiro Hasemi, que dirigiu um Kojima “made in Japan” em 1976
A Honda não utilizou pilotos japoneses em sua primeira passagem pela Fórmula-1, entre 1964 e 1968, pois preferiu contar com a maior experiência de europeus e americanos para o desenvolvimento do projeto.
Assim, a oportunidade do primeiro piloto japonês surgiu apenas em 1974, quando Noritake Takahara participou de uma prova que não valia pontos para o Mundial, o BRDC International Trophy, com um March.
Seu desempenho não chamou a atenção, é verdade. Terminou em uma modesta 11ª posição, a uma volta do vencedor James Hunt, da Hesketh. Mas mais importante que o resultado, a estreia de Takahara representou a abertura do mercado da Fórmula-1 para os pilotos japoneses.
Reparem no amadorismo dos boxes de Kazuyoshi Hoshino: outros tempos
No ano seguinte, o fraquíssimo Hiroshi Fushida, mesmo não conseguindo a classificação para os Grandes Prêmios da Holanda e da Inglaterra, se tornou, oficialmente, o primeiro piloto japonês da história da categoria, correndo pela Maki.
Depois de perder o posto de pioneiro, Takahara não se deu por vencido e voltou à categoria, em 1976, na ocasião do primerio Grande Prêmio do Japão da história da F1, em Fuji, com um Surtees TS19 alugado. Acabou como o japonês mais bem colocado da corrida, em 9º lugar, a três voltas de Andretti.
Seus compatriotas, de uma forma ou de outra, acabaram entrando para a história da categoria naquela prova. Um deles, Masahiro Hasemi, que dirigiu um Kojima “made in Japan”, assinalou a volta mais rápida da corrida.
Takara abriu o mercado da Fórmula-1 para os pilotos japoneses
O Marlboro Guide, porém, prefere desconsiderar o feito e aponta Jacques Laffite como o verdadeiro autor da marca. Na época, suspeitou-se que a volta voadora de Hasemi não passou de uma manobra de seus pares da cronometragem.
Outro japonês, Kazuyoshi Hoshino, foi responsável pela estreia da Bridgestone na categoria. Correndo com um Tyrrell 007 modificado, Hoshino fez bonito e chegou a andar na terceira posição por algumas voltas.
Infelizmente, acabou traído pelos compostos japoneses, que se desgastaram rapidamente quando a pista secou.
Hans Binder, #21, que substituiu Kuwashima na corrida
Já Masami Kuwashima pode ser apontado como um dos pilotos com a carreira mais curta na história da Fórmula-1. Durante o primeiro treino, Kuwashima, com a Williams de Walter Wolf, registrou o 25º tempo, a 5 segundos do primeiro colocado Mario Andretti e 12 segundos à frente de Tony Trimmer, da japonesa Maki.
No entanto, os patrocinadores acabaram desistindo do negócio e deixaram Kuwashima na mão. Assim, o chefão Frank Williams, precisando (como sempre) de dinheiro, acabou substituindo o piloto da casa pelo austríaco Hans Binder, que abandonou no meio da corrida.
8 comentários:
Lendo e aprendendo, como sempre no seu blog!
Acho que essa é um pouco a pré-história dos pilotos japoneses na F1. A história, de fato, começa com duas estreias simultâneas, na minha opinião.
A primeira é a estreia de Satoru Nakajima na Lotus, em 87. Junto com ele, uma outra ainda mais importante: a estreia dos ienes... Fundamentais para os pilotos japoneses na caegoria desde então.
Mesmo assim pode-se notar certa evolução nos pilotos japoneses.
O Kazuki, por exemplo, não é um primor de talento. Mas é melhor do que o pai...
Aliás, nesse GP do Japão, acredito que o Naka possa surpreender!
Hehehe, aí estão os "professores" do Nakajima e do Katayama!
Kojima, a equipe preferida dos fãs da F1 underground!
cara, uma coisa que nunca vou poder aprender é nome de piloto japonés, kk
até agora, o melhor que o japão deu pra nós, é jéssica michibata
A primeira foto tem um tio do Kohara pilotando, hahahaha.
Mais algumas que aprendo Felipão.
Felipão, acho que a porta de pilotos na Fórmula 1 para os japoneses nunca deveria ter sido aberta. Os japas são ruim demais. Pra mim, o melhor de todos foi o Katagrama, mas porque ele me divertiu em minha infância...hahahaha
Abraço!
Leandro Montianele
fantástico post, cara. Muitas coisas que não conhecia e sequer pensava em um dia conhecer.
Curioso como nunca as equipes e pilotos japoneses emplacaram...não só pq o automobilismo é muito eurocentrado; as marcas são fortes fornecedoras, mas nunca se emplacam como construtoras... menos ainda o nívle dos pilotos, e em campeonato interno tão forte no Japão. Algo a ser bem estudado.
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