
Considerado o sucessor de Juan Manuel Fangio nos corações dos argentinos (mas não no talento, diga-se de passagem), Reutemann queria mostrar ao mundo que havia chegado o momento de entrar para a galeria de campeões da categoria. Por isso, durante o GP do Brasil, ignorou uma ordem da Williams para que deixasse Jones vencer.
O “troco” foi dado pela equipe durante o certame. Mesmo em desvantagem na classificação, o piloto australiano passou a receber total atenção. Um comportamento que deixava Reutemann temeroso e inseguro em relação à última corrida do ano. Tanto que, diante do nervosismo, perdeu inúmeras posições nas primeiras voltas, mesmo largando da pole.
Foi assim que o novato Piquet se aproveitou da situação. Depois de superar o argentino durante a corrida, passou a correr com a tranquilidade de um veterano. Inclusive, quando esteve entre os três primeiros colocados, facilitou a ultrapassagem de alguns adversários. Tudo para evitar acidentes.
Ainda assim, o brasileiro da Brabham manteve uma confortável distância de 25s para Reutemann, conquistando, ao final, a quinta colocação que lhe valeu o título de campeão. E por apenas um ponto de diferença em relação ao piloto da Williams. Indignado com a situação, o argentino proferiu uma frase que entrou para a história da F1: “E pensar que esse rapaz limpava o meu carro nos boxes de Brasília, em 1974”.
Anos antes, durante uma prova extra-campeonato realizada na capital federal, Piquet deu um jeito de entrar escondido nos boxes da Brabham. Por lá, entre uma faxina e outra, foi designado para limpar o capacete de Reutemann. Quando terminou, o argentino olhou para o casco e resolveu humilhar: "Garoto, você não serve nem para limpar meu capacete".
O mundo dá voltas, o que permitiu uma resposta à altura de Piquet. "Olha, para limpar seu capacete eu não sirvo, mas talvez você possa limpar o meu que é de campeão mundial". Além dos adversários tradicionais, o brasileiro precisou superar uma forte dor na coluna em Las-Vegas, provocada por uma forte torção. Para correr, precisou se submeter a uma massagem com pomada anestésica. Tudo acompanhado de perto pelo argentino, que torcia contra a recuperação de Piquet.
Em um encontro casual pelo corredor do Hotel, Piquet foi logo mexendo com o psicológico do adversário: “Cagando nas calças, né, gringo?” No entanto, essas circunstâncias não diminuíram o respeito de Piquet pelo piloto da Williams. “Ele era um símbolo” revelou após o campeonato. “Só precisava de um título para se consagrar definitivamente. De repente, aparece um cara como eu, sem nenhuma história, e ganha. Eu era um intruso e venci”.
Por todas essas alternativas, a tranquila vitória de Alan Jones ficou em “segundo plano”. Porém, mesmo em desvantagem no Mundial de Pilotos, o australiano foi apoiado até o fim pela Williams, que se sagrou campeã de construtores. Seu companheiro de equipe, após se arrastar pela pista improvisada no estacionamento de um casino, nem mesmo pontuou.



5 comentários:
Reutemman sempre fpo "adorado" por seus companheiros de equipe. Agora ele é político na argentina,então isso mostra que boa coisa, ele não é.
o mais triste é que depois de Reutteman, os argentinos não conseguiram ter outro piloto campeão. é mais uma terra perdida para a F1.
perdida para a F1 msm, me lembrou da época em que o Mazzacane correu pela Prost (acertei?) ... pior q não mudou mta coisa pois a gente não ouve falar em um único piloto argentino de destaque hoje em dia. Eu não sabia desta história Piquet e Reuttman, foi bem engraçada.
O Balestre parecia um capo italiano... hehehe
A história que eu fiquei sabendo é que Piquet descolou o bico na Brabham com a promessa de apresentar os mecânicos da Brabham à zona de Brasília. Verdadeiro ou não, nada mais Piquet.
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