A queda de braço entre FIA e Ferrari é antiga. Não é de hoje que as duas brigam em função de mudanças no regulamento. Na década de oitenta, a FIA (Federação Internacional de Automóveis), levada pela falta de competitividade entre as equipes que utilizavam motores de 1,5 litros turbo e 3,0 litros aspirado, queria introduzir uma única especificação, de 3,5 litros, para todos os concorrentes.
No entanto, Enzo Ferrari era contrário à ideia. Queria uma competição com turbocomprimidos de 1,2 litros. E, assim como nos dias de hoje, a Ferrari ameaçou abandonar a F1 para correr em outra categoria. Porém, o presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, não se intimidou, revelando que faria o necessário para reduzir os custos e a velocidade na F1.
Os rumores aumentaram quando Bobby Rahal, apontado como o virtual piloto da Ferrari nos Estados Unidos, testou um March, da CART, na pista de Fiorano. Pressionado, Balestre constatou que não se tratava de um blefe e decidiu pela manutenção dos turbocomprimidos. Porém, limitou a quantidade de combustível que podia ser embarcada, sem direito a reabastecimento.
Egocêntrico, Balestre não se deu por vencido. No ano seguinte, voltou a pressionar os grandes fabricantes pela mudança do regulamento. O troco veio no verão de 1987, quando a Ferrari apresentou o 637, monoposto projetado por Gustav Brunner para a Fórmula Indy.
As partes só chegaram a um acordo depois de uma reunião a portas fechadas na casa de campo de Enzo Ferrari. O que foi estabelecido nunca veio a público. Contudo, o chefão mudou sua posição e concordou com a nova fórmula de 3,5 litros. Em troca, pediu a permissão do uso de motores V12, ao contrário do V8 da proposta inicial, e um período de transição, onde os turbopressurizados seriam retirados por etapas, antes que a os novos motores aspirados entrassem em cena, em 1989.
O projeto da Ferrari não foi completamente abandonado pela FIAT. O motor, rebatizado como Alfa-Romeo, teve um desempenho pífio nas corridas americanas. Talvez, a possibilidade de fracasso nos Estados Unidos, maior mercado consumidor da marca no mundo, tenha feito Enzo Ferrari optar por sua continuidade na F1.
Hoje, com a possibilidade de mudança no teto orçamentário, a montadora estuda a possibilidade de não se inscrever para o mundial de 2010. Inclusive, dão mostras que podem escolher novamente os Estados Unidos para competir.
No entanto, Enzo Ferrari era contrário à ideia. Queria uma competição com turbocomprimidos de 1,2 litros. E, assim como nos dias de hoje, a Ferrari ameaçou abandonar a F1 para correr em outra categoria. Porém, o presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, não se intimidou, revelando que faria o necessário para reduzir os custos e a velocidade na F1.
Os rumores aumentaram quando Bobby Rahal, apontado como o virtual piloto da Ferrari nos Estados Unidos, testou um March, da CART, na pista de Fiorano. Pressionado, Balestre constatou que não se tratava de um blefe e decidiu pela manutenção dos turbocomprimidos. Porém, limitou a quantidade de combustível que podia ser embarcada, sem direito a reabastecimento.
Egocêntrico, Balestre não se deu por vencido. No ano seguinte, voltou a pressionar os grandes fabricantes pela mudança do regulamento. O troco veio no verão de 1987, quando a Ferrari apresentou o 637, monoposto projetado por Gustav Brunner para a Fórmula Indy.
As partes só chegaram a um acordo depois de uma reunião a portas fechadas na casa de campo de Enzo Ferrari. O que foi estabelecido nunca veio a público. Contudo, o chefão mudou sua posição e concordou com a nova fórmula de 3,5 litros. Em troca, pediu a permissão do uso de motores V12, ao contrário do V8 da proposta inicial, e um período de transição, onde os turbopressurizados seriam retirados por etapas, antes que a os novos motores aspirados entrassem em cena, em 1989.
O projeto da Ferrari não foi completamente abandonado pela FIAT. O motor, rebatizado como Alfa-Romeo, teve um desempenho pífio nas corridas americanas. Talvez, a possibilidade de fracasso nos Estados Unidos, maior mercado consumidor da marca no mundo, tenha feito Enzo Ferrari optar por sua continuidade na F1.
Hoje, com a possibilidade de mudança no teto orçamentário, a montadora estuda a possibilidade de não se inscrever para o mundial de 2010. Inclusive, dão mostras que podem escolher novamente os Estados Unidos para competir.
Troféu Colin Chapman e Copa Jim Clark
Durante o impasse envolvendo FIA e Ferrari, foi criado um campeonato paralelo, em 1987, para incentivar as equipes que corriam com motores aspirados. Assim, instituíram o Troféu Colin Chapman, para os construtores, e a Copa Jim Clark, para os pilotos.
Durou apenas um ano. O título ficou com Tyrrell e Jonathan Palmer, respectivamente. Porém, o torneio exemplifica o medo atual de uma subdivisão da categoria.
Durou apenas um ano. O título ficou com Tyrrell e Jonathan Palmer, respectivamente. Porém, o torneio exemplifica o medo atual de uma subdivisão da categoria.
10 comentários:
Ótima lembrança!
A ameaça de cisão na F1 é quase tão antiga, me parece, à consolidação da F1. (Bom lembrar que houve uma época em que a F1 não era assim tão respeitada. O próprio nome só foi oficializado em 81).
Felipão, é uma pena isso tudo que está acontecendo. O foco principal tem sido deixado de lado, que é o esporte em si. Espero que não seja criada nenhuma outra categoria paralela e que a Fórmula 1 continue firme no cenário mundial.
Abraços!
Leandro Montianele
essa é uma parte bem chata da F1. Veremos onde essa politicagem terminará...
Já ouvi falar em Andrea de Cesaris também como futuro piloto do 637.
Sobre os motores Alfa/Ferrari...
A melhor colocação que eles conseguiram foi uma 5ª posião com Roberto Guerrero em Michigan 1990, a bordo de um March.
Abração
Acho que a Ferrari não irá sair e vai se acertar com a FIA. Sobre o troféu para o Palmer eu nem lembrava, como disse no texto, por isso o medo da divisão.
Obrigado pelo elogio, Felipão *.*
Abraços
Esta historia ta enchendo os piquas já.
Carro na pista que é bom está escasso e cada vez mais as mumias de gravata ganham foco.
E este carro da Indy da Ferrari nem chegou a andar direito. Dizem que era uma bomba.
Acho que nunca andou Groo
Sei lá, tenho a sensação de que, pra quem sabe fazer um carro competitivo na F-1, fazer um carro competitivo pra Indy deve ser bem fácil e simples, mas essa é a opinião de quem não entende muito de aerodinâmica. Enfim...
Até os anos 80, haviam algums torneios paralelos com protótipos de F-1. A própria F2 utilizava chassis de F-1, mas essa categoria acabou um pouco antes.
Como disse o Groo, essa história já encheu o saco, e não vai dar em nada. A Ferrari vai continuar, o teto não vai passar... e vamo que vamo.
Couldnt agree more with that, very attractive article
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