quarta-feira, 1 de outubro de 2008

And the winner is ...

JUAN MANUEL FANGIO
1951 – 1954 – 1955 – 1956 - 1957


Com 5 títulos e 24 vitórias em 51 corridas, Juan Manuel Fangio é uma lenda.

Nascido em Balcarce, na Argentina, a primeira paixão de Fangio é o futebol, onde recebe o apelido El Chueco, porque a forma das suas pernas é de um barril. Mas muito rapidamente descobre a paixão pela mecânica. Aos 16 anos abandona os estudos para se tornar um aprendiz de mecânico. Com isso, Fangio toma gosto pela competição de automóveis e após o serviço militar, decide preparar um carro e começar a correr.

A primeira corrida de Fangio realiza-se em 1934 a bordo de um Ford T, abandonando por causa de uma quebra. Em 1938 prepara um carro, com o irmão, e participa da corrida Ne Cochea. Termina em sétimo. Participa de outras corridas, sempre obtendo bons resultados.

Em 1948, após a guerra, o governo de Perón ferece-lhe uma Maserati 4CLT e ele participa no GP da Argentina. Em 1949, Fangio chega na Europa, também com o apoio de Perón. O argentino multiplica as vitórias e recebe a oferta de um lugar na Alfa Romeo para a temporada 1950, o primeiro campeonato mundial de Fórmula 1.

A primeira temporada, com um Alfa Romeo Tipo 158 será bastante satisfatória, vencendo 3 corridas em 6, mas falha na sua corrida pelo título, na última prova, enfrentando Giuseppe Farina. Em 1951 tem Farina como companheiro e Ascari, na Ferrari, é o candidato ao título. Mas a Alfa Romeo ganha em desempenho e Fangio conquista o título na última corrida, na Espanha.

A temporada de 1952 foi curta para Fangio. A bordo de uma Ferrari sofre um grave acidente em Monza e a coluna cervical é afetada. Participará do campeonato como espectador.

Regressa em 1953 com a Maserati. Mas o grande piloto que não hesita em lutar com Mike Hawthorn, mesmo com um defeito no câmbio, no GP da França, permanece na lista do Comendador.

Em 1954 correrá para a Mercedes-Benz, mas o W196 ainda não está pronto e Fangio começa a temporada com uma Maserati. A Mercedes faz sua estréia vitoriosa na França e Fangio ganha seu segundo título neste ano. Foi sua melhor temporada, com 6 vitórias em 8 corridas (9 contando a Indy 500).

Em 1955 a Mercedes continua poderosa e Fangio tem Stirling Moss como companheiro de equipe. Confrontado com o mestre, Moss continua a ser o estudante. Mas a tragédia se abate sobre a Mercedes. Após um terrível acidente em Le Mans, no qual resultam 82 mortos, toma a decisão de abandonar as pistas.

Com a partida da Mercedes, Fangio pensa em terminar sua carreira, mas um golpe de estado na Argentina, que resulta na derrocada de Perón, o faz decidir correr para a Ferrari em 1956.

As relações entre o mestre e o comendador Enzo Ferrari são polêmicas. Fangio acusa a Ferrari de deixar seu motor afogar, durante a chuva, em razão de buracos na lataria. A temporada 1956 é mais difícil, mas ganha seu quarto título.

Entretanto, não está feliz na Ferrari e retorna à Maserati em 1957.

A temporada 1957 será a última de Fangio, que domina facilmente seus adversários. A corrida Nürburgring ilustra perfeitamente a genialidade do argentino. Em razão de uma longa parada nos boxes, Fangio fica 48 segundos atrás das Ferrari de Hawthorn e Collins. Fangio irá dirigir como louco e ganhará a corrida. Esta será sua última vitória, a de número 24, e é o impulso decisivo para o quinto título..

Em 1958, Fangio correrá dois GPs com a Maserati, terminando em quarto antes de, finalmente, abandonar as corridas.

Em 17 de julho de 1995, Juan Manuel Fangio, com 84 anos, sofre um ataque cardíaco. A Argentina declara 3 dias de luto nacional para o penta campeão do mundo, recorde ocupou até 2002, quando então será acompanhado por um piloto alemão com o qual se reuniu em 1991, na Alemanha. Um certo Michael Schumacher.

9 comentários:

Luís Augusto disse...

Por coincidência eu estava na Argentina quando o Fangio morreu, em 1995. Foi uma comoção nacional, as TVs ficaram passando imagens de suas corridas o dia inteiro. No El Clarín, a manchete era "Morre el más grande".

Fábio Andrade disse...

Grande Olivier!

Agradecimentos por essa pílulas sobre este que é, sem sombra de dúvidas, um daqueles pilotos para ser considerado campeão em qualquer época e em qualquer circunstância.

Teté M. Jorge disse...

É verdade... campeão da persistência.

Que bela história, oliver.

Bom saber desses pilotos que marcaram positivamente a história do automobilismo.

Beijos com aplausos.

oliver disse...

Muito obrigado.

São os comentários que incentivam a gente a continuar.

Marcos Antonio disse...

Se tem um cara que a gente pode chaamr de gênio foi Fangio.O cara foi pentacampeão em uma época que a morte é a grande companheira do piloto,tem que ser muito bom pra conseguir isso.Muito bom não, tem que ser um gênio!
Grande texto oliver!

Felipão disse...

Fantástico, oliver,,,

me prendeu do início ao fim...

Um dos momentos que mais gosto de lembrar, foi quando no pódio do GP do Brasil, encontrou-se com o Senna...

Unknown disse...

que bom post biográfico!!

parabéns, só agora estou conhecendo teu Blog

vou colocar na secção blog que ainda não me conhecem

Felipão disse...

Verdade...

o oliver mata a pau com essas biografias...

e vou lá conhecer o blog

Abração

Anônimo disse...

Maravilhoso Oliver!
Quando vi o primeiro post desta série fiquei babando para ver o post que viria sobre o Fangio. Maravilhoso!