Blogsport-Brasil, Abril de 1950
Até há algum tempo, os pilotos particulares tinham de se contentar em correr com carros produzidos no período do pré-guerra.
Reconhecendo na situação uma ótima oportunidade, a Talbot propôs a esses clientes a produção de dez novos carros de Fórmula-1.
No comando da operação estava um vencedor, o engenheiro italiano Antony Lago, que projetou um carro extremamente confiável e econômico, capaz de cumprir grandes distâncias sem parar para trocar pneus ou reabastecer.
Antes de ameaçar as grandes estruturas italianas, no entanto, a fábrica da Talbot deverá desenvolver e corrigir as deficiências do T26C, menos potente e 150kg mais pesado que os Alfa 158, por exemplo.
Nas pistas, os pilotos ainda reclamam do câmbio, que esquenta ao ponto de causar queimaduras e desperdiça muita energia.
Os gauleses, no entanto, afirmaram que não vão substituir o sistema. Mais robusto, o câmbio se transformou numa solução, mesmo que paliativa, para os ineficientes e estreitos freios a tambor.
Para evitar o desgaste prematuro do sistema de frenagem, o piloto deve estar preparado para reduzir a velocidade utilizando intensamente o câmbio.
Na estreia do novo Mundial, em Silverstone, a equipe oficial contará com os franceses Eugéne Martin e Yves Giraud-Cabantous.
Entre os particulares, destaque para o experiente francês Philippe Etançelin, que venceu o GP de Paris no ano passado com a equipe de fábrica, e as equipes de funcionamento normal, como a Ecurie Belga, de John "Johnny" Claes e a Ecurie Rosier, de Louis Rosier.
2 comentários:
Curioso, o câmbio esquentava a ponto de queimar a mão do piloto, mas não seria trocado porque era uma boa alternativa para poupar freios...
Coisas de um automobilismo de macho mesmo.
O GP de Paris do ano passado está na lista de 'eventos menores'. Mas, apesar disso, Étancelin tem o mérito da vitória nesse evento, a bordo de seu Tabot T26C.
Olhando para os 'eventos maiores', o destaque fica para Louis Rosier. Com o mesmo Talbot T26C ele chegou em 3o. lugar no GP da Grã-Bretanha (Silverstone) e venceu o GP da Bélgica (Spa).
Também em seus Talbot T26C, Louis Chiron (outro Louis!) venceu o GP da França (Reims-Gueux) e Philippe Étancelin marcou dois 2os lugares, no GP da Itália (Monza) e no GP da Tchecoslováquia (Brno).
Pelo retrospecto, aposto num desempenho melhor - entre os Talbot - de Louis Rosier.
Quanto aos "novos" pilotos oficiais da Talbot, quem são Eugéne Martin e Yves Giraud-Cabantous? Por que não investir no Rosier?
um abraço,
Renato
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