De A a Z: Willys

A partir da década de 60, as montadoras passaram a utilizar as corridas para aprimorar seus produtos. Além disso, competições e vitórias ajudavam a vender carros. Assim, pensando em uma estratégia de marketing mais agressiva, a Willys convidou Christian Heins, da FNM, para chefiar seu departamento de competições.

Ainda muito jovem, "Bino" abriu novos horizontes para a fábrica e, seguramente, teria tido projeção internacional se não tivesse morrido em um acidente em Le Mans. Assim, o cargo passou para Luís Antônio Grecco, que fez história como o maior chefe de equipe da história de nosso automobilismo.

A poderosa Willys, graças aos investimentos da diretoria da fábrica, havia se transformado na "Meca" de todo piloto brasileiro. Aliás, foi essa estrutura que atraiu Bird Clemente, ex-Vemag.

No exterior, a equipe venceu, com Clemente, as 200 Milhas de El Pinar, no Uruguai, derrotando três outras fábricas que estavam envolvidas na competição: a filial da Fiat na Argentina, a NSU e a Alfa Romeo. Carros de outras marcas também participaram: Panhard, VW e Mini-Cooper.

Nessa época, um jovem garoto chamado Emerson auxiliava nos boxes, ainda sem idade para competir. Seu irmão, Wilson Fittipaldi, impressionou a direção da francesa Alpine quando conduziu o Willys Gávea em um torneio de F3 na Argentina. Inclusive, foi convidado para integrar a equipe oficial na Europa.

Entretanto, foi dispensado após sua primeira corrida. A explicação veio algum tempo depois: a Willys queria Wilson no Brasil e ameaçou a Alpine de não mais importar seus equipamentos caso ficassem com ele.

Lembrando que a Willys colocou nas pistas o Interlagos, primeiro modelo fabricado no Brasil a ter carroceria confeccionada em plástico reforçado com fibra de vidro, construída a partir do projeto do Alpine A 108 francês.

A equipe ainda utilizava os Renault Gordini R8, os Alpine A 110 e, posteriormente, o MK I e o protótipo Bino MK II. O projeto acabou em 1967, quando a Ford adquiriu o controle acionário da Willys.