quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Rali, Simca Rallye

Os astros da equipe brasileira

Desembarcando de navio na Argentina

Simca: Problemas de motor

Um dos caminhões: Barrado por várias vezes


Em tempos de Dakar, vamos relembrar das aventuras da Simca num importante Rali na Argentina.

Disputado em 1966, o "X Grande Prêmio da Argentina", reservado apenas para veículos turismo, tinha um significado especial para o Brasil: -seríamos representados por 5 Emi-Sul Rallye 6M, da equipe Simca.

Chefiados por Chico Landi, a montadora designou para a prova os pilotos oficiais (Jaime Silva, Ciro Cayres, Toco Martins), mais o argentino Humberto Evangelista e o uruguaio Hector Marcial Fojo.

Os 373 inscritos estavam separados nas seguintes categorias: -"A" - de 700 cc; "B" - de 700 a 1150 cc; "C"- de 1150 até 1600cc e a "D" - acima de 1600 cc.

Os carros deveriam percorrer os 4.212,600 km de estradas entre Pilar (próxima a Buenos Aires) e Pergamino.

Uma prova dura, só comparada ao Rali Safari. Para se ter uma idéia das dificuldades, 80% dos inscritos ficaram pelo caminho.

A epopéia de Landi começou na gloriosa São Bernardo, de onde caminhões e carros partiram em direção ao Uruguai.

Por lá, a equipe ficou vários dias sem poder cruzar a fronteira, com problemas de documentação. Finalmente, depois de muita luta, a caravana seguiu.

Infelizmente, mais problemas surgiram quando estavam há 42 quilômetros da Argentina. O navio que transportava veículos para Buenos Aires estava parado, em conserto. Um menor, que levava apenas 30 carros, não carregava caminhões.

Corre para lá, corre para cá, e o navio foi fretado apenas para levar os caminhões em uma viagem extra. Porém, os equipamentos são retidos pela Alfândega da Argentina e nossos pilotos tratados como contrabandistas.

Infelizmente, a equipe foi liberada no dia da prova. Os pilotos estavam exaustos pela falta de repouso. Não houve tempo nem mesmo para revisar os carros. Assim, logo na largada, Jaime Silva sofre com problemas na embreagem. Mais tarde, abandona com problemas no virabrequim.

Depois de muita luta para achar o caminho, os Simca são eliminados um a um. Depois de Jaime, os outros integrantes do time abandonam com o mesmo problema mecânico.

Talvez, o resultado seria outro, caso tivessem utilizado os Tufões, carros já testados em corridas.

7 comentários:

Daniel Médici disse...

Os hermanos dificultaram, hein!

Mas esta é a fraqueza e a força do automobilismo brasileiro: ter que lutar contra condições adversas o tempo todo. Sempre há problemas, isso não parece ter mudado até hoje.

Felipão disse...

Pois é, Daniel. Publiquei o texto para sabermos como era complicado toda a logística para ir a um país vizinho. Agora, imagine uma jornada por um lugar mais longe...

Luís Augusto disse...

Interessante o motivo do abandono: quebra no virabrequim. O problema é que o motor EmiSul era muito forte para o virabrequim do Tufão, que foi mantido para cortar custos, e, mesmo em modelos de rua, as quebras foram freqüentes, sepultando de vez a última esperança da Simca de ter imagem de desempenho e robustez associada a seus carros.

Marcos Antonio disse...

é os argentinos smepre encrecando com a gente... :P

muit0o legal,mais uma história desocnhecida pra mim,parabéns!

Loucos por F-1 disse...

Tinha que ser os argentinos para nos atrapalhar.

É sempre muito bom conhecer histórias antigas como essa e ver o quanto as coisas eram difíceis a tempos atrás.

Abraços!

Leandro Montianele

SALOMA disse...

E outra Felipão, fazer toda uma logística de última hora, com pilotos sendo contratos meio que de supetão e as baratas escolhidas a esmo e vamo que vamo, só nos tempos do automobilismo romântico. E se com isso pretendinham divulgar o modêlo por lá, foi um tiro no pé...boa matéria!

Felipão disse...

Muito bem lembrado, Sahib, Dava até a impressão de um catadão, desses que o pessoal faz na várzea no domingo de manhã...