quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

“I Grand Prix des Nations”

1946nationsfarinawimillMomento em que Farina (42) ultrapassa Wimille (18) no GP das Nações de 1946

Não houve nenhum grande evento automobilístico na década de 30 que Tazio Nuvolari não tivesse vencido pelo menos uma vez. Sua determinação era tamanha que fazia coisas julgadas impossíveis.

Como na vez em que venceu o “Grand Prix de Monza”, nas motos, com vários ossos quebrados. Para cumprir o percurso da prova, pediu que fosse engessado e amarrado na posição de pilotagem.

Nas Mille Miglia de 1930, guiou à noite com os faróis apagados. Tudo para que Achille Varzi não notasse sua aproximação.

E quando todos esperavam o domínio dos Mercedes e dos Auto Union no Grande Prêmio da Alemanha de 1935, Nuvolari, com um Alfa Romeo P3, ligeiramente inferior, roubou a cena e realizou a melhor corrida de sua carreira.

Tido como o percussor da derrapagem controlada, o italiano conseguiu mais de 50 vitórias, entre elas a Targa Florio, a Mille Miglia, as 24 Horas de Le Mans, além de muitos outros Grand Prix.

Passou à lenda pelo que fez e pelo que não fez. Afinal, o talento de Nuvolari tornava verossímil qualquer história sobre ele.

No entanto, saúde do italiano deteriorou-se rapidamente durante o conflito mundial, em conseqüência dos acidentes e dos gases tóxicos que respirou nas pistas de corridas.

Nuvolari já não era mais invencível, e isso ficou evidente durante o “Grand Prix des Nations”, de 1946, o primeiro grande evento do pós-guerra.

Lá pelas tantas, quando estava prestes a se tornar retardatário, “Il Grande” acabou jogando o líder Jean-Pierre Wimille, da Alfa Romeo, para fora da pista.

A cúpula da escuderia italiana, logicamente, protestou junto à direção de prova, que resolveu mostrar a bandeira preta para o piloto da Maserati.

O mito não acatou a punição e continuou acelerando, volta após volta, até que os fiscais desistiram de agitar suas bandeiras.

A coragem e a valentia do italiano permaneciam intactas. À sua maneira, Nuvolari voltou a entusiasmar a torcida, ainda que a polêmica manobra custasse a vitória de uma das novas apostas da casa de Milão.

Por fim, a Alfa obteve mais uma trinca - com Farina em primeiro, Conde Trossi em segundo e o injustiçado Wimille em terceiro.

7 comentários:

Daniel Médici disse...

Já tinha manifestado meu apreço por essa corrida, em meu blog:

http://cadernosdoautomobilismo.blogspot.com/2009/08/gp-das-nacoes-1946.html

Mas é daquelas que nunca é demais recordar. O crepúsculo de um deus, a valentia de uma geração nova e cansada de esperar por correr... e a ascenção de uma estrela louca para provar seu valor, Wimille. Não à toa após esta prova ele desbancou Farina como piloto número 1 da Alfa Romeo!

Ron Groo disse...

É por estas histórias que amo este esporte.
Magnifico.

Felipe Maciel disse...

Impressionante. Tem sujeitos que simplesmente conseguem fazer algo inimaginável.

Pena que seja meio que inimaginável um fenômeno assim nos dias de hoje. A tecnologia tem seus contras. Histórias como as de Nuvolari essas dificilmente voltarão a ser possíveis, por mais talentoso que um piloto seja.

Teté M. Jorge disse...

Storia di avventura e di emozioni ...

Muito bom!

Beijos.

oliver disse...

O Felipão disse que eu assisti este GP.

Agora querem que eu poste uma foto, pra poderem me identificar na arquibancada.

Felipão disse...

hahahahahahha

Teté M. Jorge disse...

Ahahahahaha

Esse é o mestre oliver!

Que bom que voltou, gauchinho!

Beijos.

P.S. E não se esqueça de postar a foto, heim? Ahahaha