segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Williams e Renault na berlinda

Não quero parecer pessimista, mas são grandes as chances de Renault e Williams não completarem a temporada.

A Williams, como todos sabem, se manteve independente desde sua criação. Na Renault, isso não é diferente. Tratam a equipe como algo "extra", auto-suficente, administrada com o dinheiro arrecadado com patrocinadores, parceiros e etc. Ainda mais quando o presidente da montadora não está a fim de tampar o rombo de uma divisão esportiva.

As duas dependem e muito da verba de dois grandes bancos, que estão (ou estavam) praticamente quebrados: -ING e RBS.

Hoje, o ING anunciou um prejuízo de um bilhão de euros e um corte de sete mil empregos em todo o mundo. Assim, a instituição cortou 40% da verba que seria destinado ao seu parceiro na F1.

Nos últimos dias, o RBS (Royal Bank of Scotland) confirmou que teve um prejuízo na casa dos 20 bilhões de libras na aquisição do ABN-AMRO Bank. Sem contar que o banco já havia anunciado um prejuízo de 8 bilhões de libras no final de 2008. Lembrando que Londres assumiu o controle da empresa em Novembro passado.

E como ficaria a Williams em meio aos problemas do banco?

Talvez, concluam que pega mal trabalhar dessa forma com o dinheiro do povo. Salvam o banco que, em contrapartida, é o maior aliado financeiro de uma equipe de F1. Um investimento bastante supérfluo na opinião de muitos.

O diretor executivo da Williams, Adam Parr, disse recentemente que a escuderia chegou ao limite da sua habilidade em captar dinheiro. Sem contar que Bernie Ecclestone já havia adiantado algum ao velho garagista.

Há algum tempo, nesse período de apresentações, as equipes anunciavam inúmeros novos contratos de parcerias técnicas. Nesse ano isso não existiu.

Quem ficou, está se segurando pra continuar com seu logo estampado numa reles carenagem de carro de competição. Quem não está, resolveu que não entra nem em sonhos.

A crise atingiu em cheio às empresas de TI, que haviam se tornado a menina dos olhos das equipes de F1. Carregavam a honra de serem as salvadoras da pátria, substituindo as tabaqueiras.

Mas a crise chegou e levou Dell e Lenovo, duas das maiores empresas desse segmento no mundo.

Agora, existe uma proposta, desesperada, de tampar os buracos do grid com carros de aluguel, famoso nos tempos de gente independente na F1.

E, assim, as equipes vão "xiar" novamente. Mais gastos em um período difícil.

Ainda mais quando são impedidas de caracterizar o carro com uma pintura diferente, sem a possibilidade de arrecadar fundos com outros patrocinadores. O regulamento pede que os carros sigam um mesmo padrão de lay-out.

E, para tristeza de Bernie, nem mesmo a Ferrari ficará, em virtude do caos financeiro em que se encontra a FIAT.

Talvez, essa seja a F1 dos sonhos de Ecclestone. Ele, na frente, com um bando de investidores, que perderam dinheiro com ações nessa morimbunda F1, correndo em sua caça.

12 comentários:

Luís Augusto disse...

A F-1 pegou o caminho errado do dinheiro fácil, descartando templos sagrados na Europa e América para ir até a Asia. Na primeira dificuldade, os donos do dinheiro fácil simplesmente desistiram do negócio e a velha tradição garagista européia está perdida. Problema de difícil solução.

Ron Groo disse...

Em sua coluna de hoje no JT Livio Oricchio diz que a FIA, por meio de Ecclestone adiantou a Frank Williams 14,5 milhões de Euros e disse que todos querem os carros de Frank no grid.
Já a Renault é uma empresa, se não tiver lucro vai sair mesmo. Afinal gasta os tubos com um projeto notadamente ruim desde o ano passado.
Tudo vai mal por lá desde que Alonso saiu para a Mclata. E sua volta não melhorou muita coisa. Parece fadada e ir embora mesmo.

Speeder76 disse...

Mas para cortar custos, eles têm que largar aquele "preço de entrada" de novas equipas, que anda à volta dos 50 milhões de dólares, para voltar a encher as grelhas, senão, só terás 16, 14 ou menos carros em pista.


De facto, a crise é forte, muito forte mesmo. E se calhar têm-se que tomar medidas desesperadas. Não podem ser as tabaqueiras, pois a União Europeia proibiu a publicidade ao tabaco. As TI's estão a cortar também. A Renault, com o Ghosn à cabeça (que detesta Formula 1), pode já ter dito ao Briatore: "ou o título ou vamos embora".


Das duas uma: ou estamos a assistir aos últimos dias da Formula 1, tal como a conhecemos, ou tem de haver um corte radical. Alugar carros a privados, ter motores à disposição ao "preço da chuva" ou coisas assim, para a salvar. E voltar a concentrar a Formula 1 na Europa e baixar os preços dos ingressos e dos contratos de aluguer, para ver se "salvam os dedos".

De Gennaro Motors disse...

não gosto do Renault ! achei meio feio ! rsrs

ja te add no msn ! valeu !

Fábio Andrade disse...

Ecclestone vai ter de demonstrar na marra o senso prático que ele nunca pôs em prática em todos esses anos de cartolagem.

Sob a pena de ficar em péssimos lençóis.

Marcos Antonio disse...

é a situação tá preta mesmo,já chego a pensar se continuar desse jeito se a F1 durará.Quando a F1 deixou de ser garagista e caiu nas mãos da smontadoras o negócio desandou e mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.

Ingryd disse...

eu tô ficando com medo disso, mesmo, tipo tendo pesadelos, acho q 4 carros são suficientes para um campeonato... não?!





uahuahuahhauhauh

bjoos

kimi_cris disse...

Realmente as hipoteses destas duas equipas terminarem as epocas é baixa, e acho que a Renault ao contratar Alonso o ano passado fez um grande problema porque o espanhol ganho muito dinheiro para uma equipa como a Renault.

Grande Abraço!

Kimi_Cris

Unknown disse...

agora sim fiquei com medo: camos a ter que asistir ao fim da categoria antes de 2011?


e o pior é que não há motivos para continuar mesmo. Bernie e companhia estavam ganhando montanhas de dinheiro, e não perceberam que os patrocinadores estavam lá pra trazer um retorno. agora é muito tarde pra inventar novas emoções pro grid.

Anônimo disse...

Ahhh, que falta faz o patrocínio TABAGISTA...

Acabaria com a crise na mesma hora.

Anônimo disse...

eh mas o patrocínio TABAGISTA foi proibido e por motivos mto corretos.
As montadoras tem q aprender que só dinheiro não basta. Pode ver que Frank Williams msm sem a grana deles sempre projeta carros muito melhores fica faltando soh um motor decente (q trocadilho infeliz neh, mas fazer o quê...)

Nao sabia q o valor pra entrar na F1 era tao alto assim.

De Gennaro Motors disse...

que dahora !!!

eu cheguei a ver a carreteira dele da epoca ! em aguas de lindoia !