quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Direito de resposta: Raul Boesel

82 March 821 Cosworth - Boesel - Brands Hatch

Depois do título no Mundial de Esporte-Protótipo, em 1987, Raul Boesel resolveu voltar para a Fórmula Indy.

Nesse período, concedeu uma entrevista à Revista Auto-Esporte, revelando sua versão da história com relação ao IBC.

AE - Sua passagem pela F1 não foi boa e ainda teve aquele caso do patrocínio do IBC. Como é que foi tudo aquilo?

Boesel - Foi uma época em que tinha um pesadelo atrás do outro. Entrei na March em 82, ano de mudança do carro asa para os de fundo plano. Em 83 fui para a Ligier, que fez uma porcaria de carro. Naquele ano, consegui o patrocínio do IBC com o então presidente Otávio Rainho e todo mundo subiu em cima. Só que todos esqueceram que, antes, José Carlos Pace e Emerson Fittipaldi haviam corrido com o Café do Brasil.

AE - E quanto ao patrocínio? Falava-se em US$ 1 milhão...

Boesel - era de US$ 350 mil. Esse negócio de milhão era mentira. Teve época em que andava com uma cópia do contrato na pasta para mostrar para as pessoas. Em 84 não tinha para onde ir, pois estava queimado e sentia que ia piorar. Tinha sido o bode expiatório. As pessoas reclamavam que tinha patrocínio e não guiava nada. Só que não tínhamos estrutura. No GP da Alemanha de 82, resolvi trocar a relação de marchas no warm-up. Quando entrei na pista, os mecânicos haviam invertido a posição da 4ª e 5 ª marchas. Isso é só um exemplo.

AE - Hoje você não se relaciona com o Emerson, mas naquela época parecia que tudo ia bem entre os dois. O Emerson não te deu uma mão?

Boesel - O Emerson não me ajudou em nada!

5 comentários:

Anônimo disse...

Felipao, o blog ta fantastico, parabens de verdade!!!!!

Felipão disse...

Grande Douglas...

Valeu pela leitura... fico muito grato...

Abração!!!

Luís Augusto disse...

Acho que o Boesel foi inocente nessa história toda. Ofereceram patrocínio e ele aceitou, como qualquer piloto faria. O que eu acho questionável é uma iniciativa brasileira ter sido negligenciada pelos que produziam o símbolo do país lá fora: o café.

Felipão disse...

Com certeza...

e isso era visível no ressentimento do Emerson quanto a essa situação...

oliver disse...

Bom.

350 mil, realmente, não parece grande coisa, falando em F1.

Se for só isto mesmo, também não ajudaria o Emerson.